SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO/SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
Deveríamos nos referir a sociedade da informação, no plural, para identificar as novas tecnologias e outros processos sociais que provocaram mudanças paradigmáticas. A expressão "sociedade da informação", no singular, seria melhor utilizada, numa dimensão global ou mundial, para identificar setores sociais, que participam como atores de processos produtivos, de comunicação, políticos e culturais que têm como instrumento fundamental as TIC's e se produzem ou tendem a produzir-se em âmbito mundial (GUEVARA, 2000).
Junto com o jargão da "sociedade da informação" já é comum a distinção entre países e grupos sociais "ricos e pobres" em informação. As desigualdades de renda e desenvolvimento industrial entre povos/grupos da sociedade reproduzem-se no novo paradigma. Enquanto, no mundo industrializado, a informatização de processos sociais ainda incorporam alguns segmentos sociais e minorias excluídas, na maioria dos países em desenvolvimento, entre eles os latino-americanos, setores da população, compreendendo médios e pequenos produtores e comerciantes, docentes e estudantes da área rural e setores populares urbanos, adultos, jovens e crianças das classes populares no campo e na cidade, além das populações marginalizadas como desempregados e "sem-teto" engrossam a fatia dos que estão ainda longe de integrar-se no novo paradigma (GUEVARA, 2000).
A produção de informação pelo usuário ganhará espaço e importância na estrutura econômica, onde o mais relevante sujeito de ação social será a comunidade de voluntários, não empresas ou grupos econômicos e a sociedade será multicentrada, complementar e de participação voluntária. A meta social será a concretização do valor do tempo e não a criação de uma sociedade de alto bem-estar. O globalismo, a harmonia entre homem e natureza, a auto-disciplina e a contribuição social serão os princípios orientadores dessa sociedade (MASUDA, 1985).
É preciso reconhecer que muitas das promessas de novos paradigmas tecnológicos foram e estão sendo realizadas, particularmente no campo das aplicações das novas tecnologias à educação. Educação à distância, bibliotecas digitais, videoconferência, correio eletrônico, grupos de "bate-papo", voto eletrônico, banco on-line, comércio eletrônico, trabalho à distância, são hoje parte integrante da vida na maioria dos centros no mundo. A satisfação com tais avanços, no entanto, não deve impedir-nos de identificar áreas de preocupação com a direção e o ritmo da mudança. A sociedade vem observando a evolução histórica do novo paradigma da informação e analisando, em cada etapa do desenvolvimento, preocupações reais ou infundadas com implicações sociais das novas tecnologias.
Independentemente de aceitarmos ou não a concepção da "neutralidade" ou "ambivalência" da tecnologia, não se pode ignorar as questões éticas relacionadas a ela. Os desafios da sociedade da informação são inúmeros e incluem desde os de caráter técnico e econômico, cultural, social e legal, até os de natureza psicológica e filosófica.
Uma questão a ser levada em consideração, é elevar o volume de informação de qualidade e de domínio público disponível na Internet no(s) idioma(s) de expressão da população de cada sociedade. Isso envolverá convencer o governo e os centros produtores de conhecimento financiados por recursos públicos a tornarem disponíveis ao público as informações produzidas. No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática, implicam também riscos e desafios, ou seja, é essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, assim, resolver como utilizá-las.
Carolina Pierozan
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1 comentários:
Estamos vivenciando uma época de constantes mudanças em especial a área da educação e o setor de tecnologia da informação. Alguns anos atrás as informações eram bastante limitada, hoje com o advento da internet e dos avanços dos recursos tecnológicos em várias escolas e a presença mais difundida nas residências brasileiras, se faz necessário a filtragem dos conteúdos para maior proveito em favor da aprendizagem.
A pergunta que fica diante destas e outras mudanças é: Estamos vivenciando uma época de mudanças ou uma mudança de época?
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